"LOLLAPALOOZA BRASIL 2017"
25 e 26/03/2017 - Autódromo de Interlagos - São Paulo - SP
Axe, Skol e Fusion apresenta: "6ª edição do evento"

Por Luane Arruda e André Augusto Valente | Fotos: Lollapalooza (divulgação)
(publicada em 30, mar, 2017 | 01h19)

Melanie Martinez

Um grande festival não acontece do dia para a noite, é preciso muito trabalho duro para proporcionar diversão e entretenimento em dois dias de evento para um público que se programa muitas vezes com um ano de antecedência. A estrutura de algo tão grandioso corre com o tempo para sair como planejado.

O Lollapalooza Brasil 2017 foi sem dúvida e mais uma vez um evento de sucesso. Dois dias de muita correria de todos os lados: produção, segurança, equipe de limpeza, equipe de comida, organização dos food trucks, stands, pessoal do som e o público, que corre assim que os portões são abertos.

Veículos de comunicação do Brasil inteiro com seus fotógrafos, repórteres e equipes de televisão, gerando notícia sobre a magnitude do festival. E claro, nós do ROCK SP acompanhamos de perto e observamos os detalhes no meio do público durante esses dois dias.

O sábado amanheceu com o sol brilhando no horizonte e a movimentação era grande da estação de trem até o o templo do nosso herói Ayrton Senna, o Autódromo de Interlagos. Grades de contenção sinalizavam o caminho assim como placas e muitos funcionários uniformizados ajudavam os pedestres a caminharem com segurança. Ao redor do Autódromo, todas as entradas estavam sinalizadas e funcionários tiravam dúvidas para quem ainda não tinha pulseira e onde retirá-la.


Metallica

Já dentro do evento, o Lolla Market contava com diversos produtos, das camisetas até correias de guitarras e squeezes de água. O Chef Stage estava tomado por delícias e sabores para todos os gostos. Do lado de fora alguns food trucks ocupavam o espaço assim como na área do palco Skol. No Lolla Store alguns stands como o da Puma, Loja Tip, Loja Wicca. Até uma barbearia móvel estava disponível.

Era visível que grande parte do público de sábado era composta por headbangers que estavam ali reunidos aguardando mais um show do Metallica. Mas vamos falar do Metallica mais para frente.

Suricato:
Subindo ao palco por volta das 14h14 o Suricato foi com tudo tocando para um público animado. Com uma enorme versatilidade musical, os meninos viajam e misturam o Folk Rock com o Indie Folk e acredite que no meio dessa mistura ainda cabe até o MPB.

'Admirável Estranho' veio suave em uma viola caipira. Já 'Trem', animada fez o público pular e dançar.

Cage The Elephant:
Os roqueiros subiram ao palco cheios de energia no meio da tarde. Em sua terceira participação nas edições do Lollapalooza Brasil, o grupo contou com uma grande recepção dos fãs que já os conheciam.

A banda agrada aos mais novos e a velha guarda que percebe no vocalista Matt Shultz traços dos trejeitos de Mick Jagger e Iggy Pop, ao correr de um lado para o outro freneticamente, rebolar muito e se jogar na platéia.

A imersão da banda com o público é evidente, eles se deixam ser abraçados. Que show! Animação e muita energia, um rock contagiante.

Ao cair da noite o público do Lollapalooza já somava 100 mil pessoas e muitas pessoas se queixaram de enfrentar filas enormes para conseguir consumir bebida ou comida. A utilização das novas pulseiras como crédito foi sim uma ótima ideia. Mas a organização nas filas para consumo deixou a desejar. O público reclamava por estar perdendo o show da sua banda favorita porque estavam na fila tentando comprar uma cerveja, enfrentando uma fila de mais de 20 minutos.

No Chef Stage a coisa estava realmente impossível, os seguranças passavam um cordão de isolamento e não deixavam o público entrar porque a área estava muito mais do que lotada. Depois de alguns minutos de espera conseguimos entrar, mas não havia esvaziado nada e era impossível de andar ou tentar consumir algo. As filas se misturavam e o calor estava forte.


Duran Duran

Metallica:
A tradição está a favor da banda! 70% do público aguardava o show do quarteto americano e claro, James, Kirk, Lars e Trujillo não mediram na 'paulada'. O público estava bem dividido, muitos estavam assistindo a banda pela primeira vez e aceitaram metade do show de canções novas ou da nova fase; mas os veteranos estavam impacientes pelos clássicos e ignoraram músicas como “The Unforgiven” e/ou “Nothing Else Matters”.

As luzes e as imagens no telão foram um show a parte enquanto finalmente o Metallica descarregou em sequencia o que realmente o povo queria ouvir: “Whiplash”, “Sad but True”, “One”, “Master of Puppets”, “Fade to Black”, “Seek & Destroy”, “Motorbreath”, “Enter Sandman”.

Tudo dentro do horário, um dia sem chuva e o público esgotado; mas tinha que ir embora porque domingo tinha mais; muito mais!

O domingo também começou com o sol brilhando, movimentação a mil. Era nítido um fluxo maior de pessoas que traumatizadas com o caos do sábado, escolheram chegar mais cedo no segundo dia para aproveitar melhor as atrações e serviços que o evento oferece.

Céu:
Para o horário o público da Céu marcou presença e tomou boa parte da área do palco Skol. Com as letras afiadíssimas, o público se deixava levar pela melodia.
Mais ao fundo do gramado, grupos de amigos e casais se reuniam sobre cangas no chão ou dançavam os hits agarradinhos.

Jimmy Eat World:
O sol foi se misturando as núvens cinzas e ao vento gelado do outono, Jimmy Eat World subiu ao palco e não foi tão quente quanto o calor que estava antes. O público não estava tão animado, as músicas melosas emplacava a animação só em alguns momentos de refrão.



Duran Duran:
Acredito que este foi o melhor show do Lollapalooza Brasil 2017. Veteranos, rockeiros, pops, românticos e alegres; os oitentistas ingleses conhecem o seu público e sabem cativar os 'visitantes' e os jovens. Impossível ficar parado e não sair cantando os hinos do Duran Duran.

Olha só o set list executado: “The Wild Boys”, “Hungry Like the Wolf”, “A View to a Kill”, “Last Night in the City”, “Come Undone”, “Notorious”, “Pressure Off”, “Ordinary World”, “(Reach Up for the) Sunrise” / “New Moon on Monday”, “White Lines (Don't Don't Do It)”, “Girls on Film” e “Rio”.

Sentiu falta de alguma coisa? Sim, a banda foi 'cortada' e não houve o desfecho do show com a canção “Save a Prayer”; o maior hit da banda.

Two Door Cinema Club:
Os Irlandeses subiram ao palco no fim da tarde e contagiaram o público que dançava animado. Suas músicas não deixaram ninguém parado, nem mesmo o ex-jogador Ronaldo Nazário que foi mostrado no telão se divertindo.

Two Door Cinema Club prometeu voltar, mas dessa vez mais rápido!

MØ:
Considero este o segundo melhor show do festival, sem dúvida nenhuma a cantora dinamarquesa leva a medalha de prata. Muita influência do trip hop, soul e pop na sua obra, uma mistura perfeita para o público cativo de hipsters, que em sua maioria, frequenta o evento.

Um set list quase completo, a produção da cantora soube aproveitar perfeitamente o tempo de palco mais enxuto que teve: “Don't Wanna Dance”, “Waste of Time”, “Slow Love”, “Kamikaze, “Riot Gal”, “All I Do”, “One More”, “Maiden”, “Pilgrim”, “Drum”, “Cold Water”, “Glass”, “Final Song”, “Don't Leave” e “Lean On”.

A noite caiu, o vento trouxe uma bela chuva para uma das bandas mais aguardadas, The Strokes. Pesadas de chuva, 90 mil pessoas se despediram de mais um Lollapalooza Brasil; agora é fazer as apostas do que pode vir em 2018 e já se preparar para mais dois dias intensos de aventura!


The Strokes