"SIMPLESMENTE PAUL"
18/03/2017 - Teatro Bradesco - São Paulo - SP
Apresenta: "Um Musical dos Grandes Sucessos de Paul McCartney"

Por Ricardo Yasuda | Fotos: Edi Fortini
(publicada em 20, mar, 2017 | 23h48)

Neste sábado, dia 18, o Teatro Bradesco foi palco de um show para os fãs de Paul McCartney, tanto da sua carreira solo como a dos Beatles.

O espetáculo “Simplesmente Paul” é mais uma performance artística do que apenas um show de rock. Além da competente banda, que toca sucessos dos Beatles, dos Wings, e as músicas mais conhecidas (e outras nem tanto) da carreira solo de Paul, há também espaço para performances de dança em algumas músicas.

A banda foi idealizada por Celso Anieri (vocais, baixo, ukulele, bandolim, piano), que formou também a banda cover BEATLES 4EVER nos anos 80. Ela ainda conta como Edson Issamu (teclados e arranjos), Edu Perez (baixo, guitarra, vocais), Vitão D'Mata (guitarra, teclados, vocais), Ana Cristina Santos (violão, vocais), Paula Altran (vocais), Renato Molina (guitarra), Bia Honda (vocais) e Paulo Yuzo (bateria).

Esse show-tributo não se preocupa em ser extremamente fiel a alguma performance dos Beatles ou mesmo de Paul, à exceção do baixo Höfner de Celso Anieri, além de alguns de seus figurinos, similares aos dos últimos shows de McCartney no Brasil. Ele também não segue uma ordem cronológica das músicas ou fases da carreira de Paul.

O espetáculo já começa com uma performance de dança e Paula Altran cantando um trecho de “Help!". O setlist era composto por clássicos dos Beatles, como “Yesterday”, “Can’t Buy Me Love”, “All You Need Is Love” e a onipresente “Hey Jude”, além de músicas dos Wings, banda que McCartney formou com Linda depois dos Beatles, como “Band on the Run”, “Jet” e “Silly Love Songs”, e da carreira solo, desde as mais conhecidas como “Coming Up”, que chegou a levantar o público do teatro, até as menos conhecidas, como “Dear Boy”.


Houve também o momento para as homenagens, tal qual McCartney faz em seus shows: “Here Today” para John Lennon, “Something” para George Harrison, e a dupla “Maybe I’m Amazed” e “My Love”, para Linda McCartney, sua eterna parceira.

Apesar de Celso interpretar Paul McCartney, tanto na BEATLES 4EVER, como neste tributo, ele também abre espaço para o resto da banda cantar. É o caso de Edu Perez em “Can’t Buy Me Love” e “Ballroom Dancing”, Paula Altran, em “Yesterday” e “My Valentine” e Vitão D'Mata, em “Ebony and Ivory”, onde ele faz as vezes de Stevie Wonder na dupla.

Os sucessos são tantos que algumas músicas foram apresentadas no formato medley, ou mashup, como se diz hoje em dia. É o caso de “Good Day Sunshine”, “New” e “Penny Lane”, além de "Too Many People”, "She Came in Through the Bathroom Window" e "The End”, que fechou o espetáculo, antes do bis, que ainda contou com “Paperback Writer”, “Venus and Mars / Rock Show” e, claro, “Hey Jude”.

Die and Let Live
A produção do espetáculo foi cuidadosamente pensada. Algumas músicas contavam com projeções relacionadas, como cenas dos filmes dos Beatles, as capas dos discos, cenas de shows e as homenagens a John, George e Linda. As apresentações de dança ocorreram em algumas canções, como “Dance Tonight”, “Something” e “Live and Let Die” e foram um diferencial visual bastante bem-vindo.

Aliás, em “Live and Let Die”, algo curioso: Celso, no segundo refrão, cantou “Die and Let Live”. Por quê? Segundo ele, faz parte de uma campanha de doação de órgãos, iniciativa de José Roberto Paz, conhecido como Kekê. Ele pede para que Paul cante “Die and Let Live” no refrão da música, para aumentar o interesse na doação de órgãos no Brasil. Para isso, fez um vídeo para ser compartilhado até chegar no próprio Paul McCartney, e Celso resolveu ajudar nessa causa. Para saber mais sobre a campanha Sing4Life, confira no blog da banda (https://simplesmentepaulblog.wordpress.com/2017/03/13/campanha-die-and-let-live-sing4life/).

Falhas e virtudes
Esse foi o primeiro show de uma turnê que viajará pelo Brasil. Antes dessa, a banda fez três apresentações no Bourbon Street no meio do ano passado. Por isso, algumas falhas ocorreram, o que é natural. O som das guitarras no começo estava baixo, erraram a ordem de algumas músicas do setlist (Celso chegou até a começar a cantar “Let It Be”, mas depois trocou para “Hey Jude”) e havia grandes momentos de silêncio entre as músicas para a troca de instrumentos. Falhas essas que são facilmente corrigíveis e logo a banda entrará no ritmo. Claro que as virtudes superam as falhas, e o resultado final é um ótimo show que agrada a todos.

Dou destaque para a participação feminina. À exceção de Linda, nunca houve mulheres cantando durante a carreira de Paul McCartney. Nesse espetáculo, as canções onde Paula Altran faz o vocal principal foram emocionantes e saíram do lugar-comum dos shows tributo aos FabFour. Além disso, os backing vocals, por conta da própria Paula, além de Ana Cristina e Bia Honda deram uma nova camada de harmonia às músicas. Ana Cristina ainda toca violão em “Yesterday” e “Here Today”.

Para quem já conferiu shows tributo que são uma réplica fiel dos homenageados, esse show é uma grata surpresa e recomendo a todos os fãs de Beatles conferir.

SET LIST: 1. Help! / 2. Can’t Buy Me Love / 3. Jet / 4. Ballroom Dancing / 5. Dance Tonight / 6. Good Day Sunshine - New - Penny Lane / 7. Band on the Run / 8. All You Need Is Love / 9. Here Today / 10. Things We Said Today / 11. (solo de guitarra) / 12. Coming Up / 13. Something / 14. Live and Let Die / 15. My Valentine / 16. Maybe I’m Amazed / 17. My Love / 18. Dear Boy / 19. Got to Get You Into My Life / 20. Ebony and Ivory / 21. Silly Love Songs / 22. Yesterday / 23. Too Many People - She Came in Through the Bathroom Window - The End / 24. Paperback Writer / 25. Venus and Mars - Rock Show / 26. Let It Be - Hey Jude.