Por Lucas Amorim Passos | Fotos: Aline Narducci
(publicada em 4, abr, 2017 | 01h47)

Os cantores Elton John e James Taylor se apresentaram no Rio de Janeiro no dia 01 de abril de 2017, sexta-feira, na tradicional Praça da Apoteose.

James Taylor já é um velho conhecido do mundo musical, é um artista que constantemente está gravando e em turnê, James marcou as pessoas com sua belíssima voz barítono e uma maneira distinta de tocar sua guitarra por mais de 40 anos, ao mesmo tempo em que teve uma profunda influência em diversos jovens músicos de sua época.

E seu show muito aguardado no RJ, se iniciou por volta das 20h. Acompanhado de músicos extremamente competentes, James inicia a noite com “Wandering”, música extremamente suave que descreve exatamente a sua proposta e característica musical, muito aplaudido após a canção o músico pega o microfone e troca umas palavras em português com o público, informa que não fala muito o nosso idioma, se apresenta e logo após pede desculpa pela chuva arrancando risos da plateia.

O músico muito bem humorado comunica que quebrou um dedo e que não era brincadeira e que naquela noite não poderia tocar guitarra nem violão mas que estava bem representado na noite pelo seus músicos, anunciando a música que prosseguiria o show “Everyday” música de Buddy Holly que James fez questão de elucidar.

O som estava maravilhoso e a chuva que caía na noite já tinha ido embora dando espaço a um vento agradável e um clima mais ameno, dando a impressão de que o show virava um grande luau, ao som de grandes músicas como “Walking Man” e a bela “Today Today Today” e seu belo refrão que arrancava sorrisos da plateia, porém a chuva que havia dado trégua voltou e com toda força, mas isso não foi o suficiente para desanimar o público.

A banda que acompanha James é muito competente, são 7 músicos que são muito entrosados e mesmo com a ausência de James tocando, o seu guitarrista, Michael Landau deu conta do recado, e músicas como “Country Road” e “Don't Let Me Be Lonely” não perderam a beleza e nem a essência, tendo a mesma pegada de quando o vocalista a toca.

Um belo espetáculo para iniciar a noite, e digo que sim, exatamente, para iniciá-la, já que na sequência era hora de ver a lenda Sir Elton John, mas James Taylor deu o seu recado provando que a boa música, a música com estilo, com classe, inteligente ainda existe, sim.


Após alguns ajustes no palco era a hora de ver Elton John, essa turnê de Sir Elton, leva o nome do seu mais recente álbum – o ótimo Wonderful Crazy Night, e conta não somente com algumas músicas do novo álbum, como também com os maiores hits de mais de 50 anos de carreira, isso mesmo amigos estamos falando de 50 anos de música bem feita.

O público estava em êxtase, todos queriam ver Elton, seu visual da noite, seu piano e tudo relativo a sua apresentação, já que seus shows são sempre marcantes por vários e vários aspectos, e naquela noite, claro que não poderia ser diferente, pois todos ali estavam com fome de sucessos de Elton e de músicas que embalaram gerações e mais gerações.

A expectativa teve fim por volta das 22h, uma pontualidade britânica mesmo. O início do espetáculo tem todos os músicos ingressando ao palco e por ultimo discretamente tem Elton sentando com sua brilhante roupa em frente ao piano iniciando os vocais de “The Bitch Is Back”, clássico absoluto do álbum Caribou, a voz potente e o seu carisma ainda estão lá presentes contagiando todos em volta, ele se levanta e agradece e já inicia a ótima “Bennie and the Jets”, dos tempos áureos de Goodbye Yellow Brick Road, com aquela levada meio pop meio blues que faz todo mundo dançar.

Aliás grande parte da noite foi dedicada ao álbum Goodbye Yellow Brick Road, e os seus clássicos absolutos como “Candle in the Wind”, a homônima “Goodbye Yellow Brick Road”, além de “Saturday Night's Alright for Fighting” e “Your Sister Can't Twist (But She Can Rock 'n Roll)”. A forte chuva que caía não empatou que o animado público cantasse em alto e bom som o belo refrão de “Guess That's Why They Call It the Blues” deixando o espetáculo quente para secar um pouco da água que caía do céu.

A bela “Daniel” do ótimo Don't Shoot Me I'm Only the Piano Player, também estava lá seguindo um repertório para alegrar a todos, como esse som é bonito e como Elton John ainda tem o feeling certo para cantá-la, os anos parecem não passar para ele, sua voz ainda está tinindo e seu piano sempre afinado e pronto para mais uma canção, como a bela “Someone Saved My Life Tonight” ou a clássica e uma das mais aguardadas da noite “Rocket Man (I Think It's Going to Be a Long, Long Time)” que foi cantada em uníssono pelo público carioca, uma coisa linda de se ver e de se ouvir.

O som estava maravilhoso tudo na medida certa, cada instrumento com sua afinação certa e o vocal de Elton no volume correto, além de vocais de apoios seguros que deixavam o clima certo na canção, ou seja, dessa vez a mesa de som não falhou, foram perfeitos. Foi uma noite para reviver lembranças e clássicos desses 50 anos de composições e sucessos, como “Your Song”; infinitamente aplaudida por todos.

Um espetáculo que prova que Elton John é um patrimônio da música mundial, um talento, um inovador, um gênio e acima de tudo um grande músico que sempre estará no primeiro escalão do pop/rock mundial, esperamos que ele não pare tão cedo, pois com certeza o mundo ainda não está preparado para ficar sem esse inglês percursor de muitos estilos e tendências.