"MEGADETH"
31/10/2017 - Espaço das Américas - São Paulo - SP
Apresenta: "Dystopia World Tour"

Por Kah Stoker | Fotos: Ronaldo Chavenco
(publicada em 4, nov, 2017 | 02h45)


Terça-feira calorosa e o Espaço das Américas relativamente cheio para um dia normal da semana. A galera já estava fervendo na fila, na espera do grande show do Megadeth. Banda dos EUA liderada por Dave Mustaine (ex Metallica) que tem na formação atual o guitarrista brasileiro, Kiko Loureiro.

Pontualmente as 20h30, a banda Vimic formada pelo ex- baterista do Slipknot, Joey Jordison entra arregaçando com um estilo bem autêntico e moderno de Heavy Metal, que alterna trechos de muito peso e agressividade com Joey esmerilhando os dois bumbos da bateria.

Graças também à versatilidade quase esquizofrênica do cantor Kalen Chase Musmecc (que já foi backing vocal da banda Korn) levanta a energia da galera fazendo aquela abertura inesquecível.

A banda toca músicas do seu primeiro álbum, chamado “Open Your Omen”. O trabalho é um dos maiores triunfos de Jordison desde sua saída do Slipknot. Eles fizeram um show bárbaro, definitivamente muito bom, a galera ficou alucinada com tanto talento, simpatia e originalidade destes caras incríveis.


Todos agora aguardavam ansiosos pela entrada do tão adorado e famoso “mal-humorado” Dave Mustaine, junto de Kiko Loureiro, Dirk Verbeuren e o simpático David Ellefson.

Às 22h eles entram tocando o terror com a famosa “Hangar 18”, do álbum “Rust in Peace”, considerada uma das obras mais influentes de Thrash Metal com um grande exemplo de peso e criatividade. A galera grita e vai ao delírio, Kiko e Ellefson interagem com o público fazendo todos pirarem e muito. Em seguida eles partem para um som do novo trabalho,
"The Threat Is Real", primeira faixa do álbum Dystopia lançado em janeiro do ano passado. É uma porrada considerável mas segue um pouco a linha da música “Kingmaker”, do álbum “Super Collider”.

Com uma palhetada da guitarra, refrão e ritmo da bateria eles continuam com “Wake up Dead” do álbum "Peace Sells... But Who's Buying?", de 1986, que contém as características que fizeram o Megadeth uma das melhores bandas do cenário Metal mundial.

Eles agora tocam "In My Darkest Hour", do álbum “So Far, So Good ... So What!”, de 1988, letra que foi escrita por Dave Mustaine assim que ele teve conhecimento da morte do baixista do Metallica, Cliff Burton, porém, o conteúdo da letra não tem qualquer relação com esse trágico acontecimento, ela retrata as brigas do relacionamento conturbado de Mustaine com uma antiga namorada.

Eles continuam com “Trust” do álbum “Cryptic Writings”, nem muito rápida, nem muito pesada, nem muito distorcida, mas inexplicavelmente cativante. Seja pelos riffs bem sacados, pela levada de bateria insistente, bem marcada e o refrão bem cantável; agitam a galera ainda mais.


Voltando com o álbum “Rust in Peace”, eles continuam com “Take no Prisoners” e logo em seguida “Sweating Bullets”, do álbum do “Countdown to Extinction” que é um clássico indiscutível da banda; sintetiza muito bem o “horror irônico”. A voz rouca do Mustaine consegue achar a melhor maneira possível de ser utilizada. Simplesmente fantástico!

Com um pequeno intervalo, todos começam a gritar “Kiko! Kiko! Rararara!”, o que foi muito engraçado, e então Mustaine brinca com a galera e todos começam a gritar o nome dele também, ele agradece pelo carinho e eles tocam mais uma música do “Cryptic Writings”, a canção “She Wolf” que contém riffs cortantes, todos cantam animados.

Mais uma do “Countdown to Extinction”, agora eles seguem com “Skin of my teeth” e a “A Tout le Monde” do álbum “Youthanasia” .

Mustaine dá mais uma pausa para agradecer os fãs e eles voltam agora sem parar com as “Tornado”, “Dystopia”, “Symphony”, “Mechanix” do “Killing Is My Business... and Business Is Good!” e com aquela puxada forte e envolvente do baixo de Ellefson, eles tocam a “Peace Sells” e “Holy Wars”.

O show teve duração 1h30, o que na minha opinião e de muitos fãs que ali estavam, foi bem rápido, porém intenso por tocarem clássicos que nos deixaram de cabelo em pé.

Resumindo foi um show bem agressivo com uma paulada do começo ao fim, solos insanos, bases complicadas, melodias que juntaram voz e guitarra perfeitamente fazendo aquele dia inesquecível para os fãs de Megadeth.