Por Ricardo Yasuda | Fotos: Edi Fortini
(publicada em 15, jul, 2019 | 16h37)

O Dia Mundial do Rock, apesar de ser comemorado apenas no Brasil, merecia um evento especial. E ninguém melhor que a “Rádio Rock” para promover esse evento. Ao mesmo tempo em que comemorava o aniversário do dono da rádio, a emissora reuniu um elenco peso-pesado do rock nacional: Far From Alaska, Marcelo D2, CPM22 e a banda-tributo ao Charlie Brown Jr., Tamo Aí Na Atividade.

As potiguares do Far From Alaska começaram esquentando a galera com muita animação. A banda, formada por Emmily Barreto, Cris Botarelli, Rafael Brasil e Lauro Kirsch tocou músicas de seus dois álbuns, modeHuman e Unlikely, incluindo “Dino vs Dino”, “Thievery” e a inusitada “Pizza”, além de uma cover de Bob Marley, “Iron Lion Zion”.

Emmily agradeceu a plateia que tinha chegado cedo para ver a primeira banda. Na música final, uma surpresa: Dinho Ouro Preto apareceu para cantar “Cobra” com a banda. A apresentação acabou às 22:20, e a casa já estava ficando cheia.

Depois foi a vez de Marcelo D2. Ele entrou com o rosto coberto e capuz (ele também estava de bota ortopédica e bengala, devido a uma fratura sofrida em um jogo de futebol), e mostrou, ao lado de seu filho Sain KTT, além de uma competente banda que hoje mistura jazz, samba e hip-hop, o seu novo lançamento AMAR é para os FORTES, que além de um álbum, também inclui um filme homônimo, que passou no telão ao fundo.

O setlist incluiu canções deste álbum, como “Alto da Colina}”, “Febre do Rato}”, “Resistência Cultural}”, além de outras de sua carreira solo, como “A Procura da Batida Perfeita”, “Qual é?” e uma do Planet Hemp, “Mantenha o Respeito”. Antes de tocar “Pode Acreditar (Meu Laiá Laiá)”, música em parceria com Seu Jorge, D2 disse: “Vou pedir licença ao rock e tocar um samba”. A plateia não pareceu se importar.

Ao final do show, disse que prometeu que não ia falar de política nesse show, mas mesmo assim deu seu recado de protesto contra o governo atual, o que foi prontamente seguido pelo público.

Apesar da atração principal ser o tributo ao Charlie Brown Jr., o show do CPM22 foi o mais animado. Os paulistas já começaram com “O Mundo Dá Voltas” e mantiveram o ritmo até o final. O vocalista Badauí agradeceu a presença de todos e disse que era essa a resposta para quem fala que o rock morreu.

No setlist, não faltaram as clássicas “Regina Let’s Go!”, “Tarde de Outubro”, “Desconfio”, “Dias Atrás” e “Não Sei Viver Sem Ter Você”, mas foi no bis, em “Um Minuto para o Fim do Mundo” que a plateia deu um show, cantando a música praticamente inteira sem a banda. O bis ainda teve “Cidade Cinza” e “Inevitável”.

Finalmente, já passando das 2 da manhã, a banda-tributo Tamo Aí Na Atividade, composta pelos ex-integrantes do Charlie Brown Jr., Marcão Britto (guitarra e vocal), Heitor Gomes (baixo) e Pinguim Ruas (bateria), além do vocalista Panda, da banda La Raza, que fez a maioria das músicas. Ao fundo uma pista de skate foi montada, onde skatistas fizeram suas manobras durante o show. O skate é uma das grandes influências e principal característica da banda santista.

O show também teve convidados especiais, incluindo Emmily e Rafa do Far From Alaska, Chave Mestra com a dança de rua, e Mike Muir, vocalista do Suicidal Tendencies, grande influência musical da banda. Muitas homenagens foram feitas a Chorão e Champignon, membros já falecidos da banda.

Não faltaram os clássicos da banda, como “Te Levar Daqui”, “O Côro Vai Comê”, “Zoio de Lula”, “Confisco”, “Proibida Pra Mim” e “Tudo que Ela Gosta de Escutar”.