Por ROCK SP | Fotos: Aluísio Ribeiro (www.musicao.com.br)
(publicada em 02, out, 2019 | 15h32)

Uma conturbação geral, desde o anúncio do evento até o final do show. Cancelamentos dentro da programação da produtora que trazia o “CofX”, outros na grade da turnê da banda que ameaçavam o apresentação do Brasil e até uma semana antes ninguém tinha certeza se o show aconteceria.

Com a lotação pela metade, a The House que já é pequena abrigou os holandeses do “Clan of Xymox”. Mas o local do antigo Hangar 110 não toma jeito mesmo e o frontman Ronny Moorings não parou de reclamar que o microfone e a guitarra estavam baixos, o contrabaixo nenhum volume tinha e os samplers estavam muito altos. Realmente! E durante o show, a técnica resolveu alinhar o áudio, o que começou a gerar microfonia no palco, para a plateia e a situação foi piorando a ponto de Ronny M. xingar os técnicos da casa e dar dois leves escândalos em palco.

Grandes hits que foram tocados no começo do show, como “Stranger”, “Jasmine & Rose”, “Your Kiss” e “Louise” sofreram estes abalos técnicos. A partir de um certo momento do show, o som ficou razoavelmente alinhado. Clássicos darks: “Moscoviet Mosquito” e “This World” puderam ser curtidos com um pouco mais de qualidade e menos braveza por parte de Ronny M.

Até era possível ver algumas pessoas cantando uma ou outra música além dos hits, mas o público brasileiro para absorver a cultura gótica sempre foi fraco e deprimente. Esse é o tipo de evento que aqui no Brasil não funciona! Ninguém entendia o que Ronny falava, então ele parou de interagir, passou a debochar e criticar o fato de ninguém entende-lo. Um público ignorante e leigo merece um pseudo artista tão primitivo e profano.

O que aconteceu domingo passado, na quarta passagem da banda pelo país e com shows apenas em São Paulo, não foi muito diferente dos outros anos. Em 1999, a banda estava tão arrogante que até o público ficou antipático. Em 2012, o show foi o mais apático e mal falavam ou saudavam os fãs. Em 2016, nem houve divulgação e executaram um pseudo show numa casa sem a mínima estrutura para apresentações musicais. E agora em 2019, a banda conseguiu reunir os fatos relevantes, que são trágicos, de suas apresentações passadas em uma única noite.

Por que será que o CofX ainda volta para o Brasil? Será que eles moram no Brasil? Por que ainda insistem em eventos sem a mínima noção de seu público-alvo? Por que o público ainda aceita tanto amadorismo de bandas ou eventos internacionais que custam tão caro para o consumidor final?

SETLIST: 1. Stranger / 2. Your Kiss / 3. Jasmine and Rose / 4. Louise / 5. Emily / 6. Hail Mary / 7. Leave Me Be / 8. Loneliness / 9. Obsession / 10. Muscoviet Musquito / 11. A Day / 12. Going Round. BIS: 13. Cry in the Wind / 14. This World / 15. Back Door. BIS 2: 16. In Love We Trust / 17. Farewell.