Por Lucas Amorim Passos | Fotos: Aline Narducci
(publicada em 20, abr, 2022 | 17h01)

Começo esse resenha afirmando que Tarja Turunen certamente nunca esperou tanto para fazer uma turnê previamente agendada. Em fevereiro de 2020, a produtora brasileira anunciou que a cantora, consagrada pelos tempos com o Nightwish, realizaria três apresentações no Brasil em setembro daquele ano.

Até que veio a pandemia em março, e aí amigos, sabemos as consequências, anos de adiamentos e expectativas, até que finalmente, o “novo normal” permitiu que Tarja, enfim, retornasse neste mês de abril, para suas apresentações e o último dia 17 de abril de 2022, foi finalmente a vez do Rio de Janeiro receber esse tão aguardado show.

Show esse, que teve abertura da banda paulista “Alenkey”, que impressionou o público carioca com o vocal potente e o carisma da vocalista Karina Menascé, a banda que ainda conta com as guitarras de Victor Anselmo e Pedro Fomari e bateria de Felipe Bonomo. A banda fez um bom show de abertura para aquecer a noite, passou a todos uma experiência única, intensa mas harmoniosa para o ouvinte, um belo presente para quem chegou mais cedo naquela noite.

Falando do show principal, Tarja ingressou no palco por volta das 20h, a artista não escondeu sua empolgação por poder voltar ao Rio de Janeiro, e finalmente cumprir as datas anunciadas lá em 2020, ainda da sua turnê que promove o ótimo álbum “In the Raw”. Já chegou agitando a galera com músicas como “Dead Promises”, “Railroads” (inspirada no livro “O Aleph”, de Paulo Coelho), “Tears in Rain”, “Goodbye Stranger” “You and I”, entre outras que levou o público carioca ao delírio.

Não dá para negar que Tarja Turunen tem uma relação especial com o Brasil, isso é nítido na sua apresentação, mas essa boa relação já vem dos tempos de Nightwish quando a cantora fazia bem sucedidas turnês por aqui e por muitas vezes sendo uma figura conhecida e amada dos brasileiros. Dessa vez não seria diferente essa energia, nesse retorno onde os fãs mais uma vez vieram assistir a artista passear em todos os seus grandes hits.

Quando digo “todos os hits”, é necessário abrir parênteses, para dizer que a cantora preferiu dessa vez, em sua apresentação aqui no Rio, dar preferência às músicas de destaque de sua carreira solo. Ou seja: não teve grandes sucessos do Nightwish executados na noite e sim apenas uma faixa de sua antiga banda, no caso a ótima e pesada “Planet Hell”, que com toda certeza ascendeu a galera e deu aquele clima de nostalgia.

Uma grande apresentação e a comprovação que após 15 anos, do início de sua jornada solo e cheia de percalços Tarja segue ativa como nunca, cada show me surpreende mais e mais, pois ela envelhece bem e usa uma roupagem perfeita em suas apresentações, saindo da sombra de ex-vocalista para uma artista de reconhecimento mundial. Um belo show de uma bela e amada artista que sempre terá um lugar no coração dos brasileiros. Valeu Tarja!