Por Karina Paula | Foto: Aluísio Ribeiro
(publicada em 12, set, 2022 | 18h51)
Sábado, dez de setembro, de tarde com frio inesperada, o Rock invade mais uma vez a cidade cinza de São Paulo e traz o festival Rock Session para o Vibra SP com o fervor das bandas: “Fresno”, “CPM 22”, “Detonautas” e o querido “Di Ferrero” (ex-vocalista da banda que fez um grande sucesso, no estilo emo/hardcore melódico, “Nx Zero”).
A casa abriu pontualmente às 16h, logo na entrada do evento, nos deparamos com uma série de atividades divertidas. Enquanto aguardávamos para as apresentações, podíamos gravar vídeos numa pegada mais "Slow Motion", tirar fotos no estilo "polaroid" com um cenário do festival decorado com duas guitarras, usarmos uma piscina de bolinha para gravarmos os famosos vídeos com efeitos de "boomerangs" e outras atrações bem divertidas para o público alternativo.
Às 17h30, “Di Ferrero” entra com tudo deixando os fãs ainda mais animados. Que sensação maravilhosa, pós-pandemia sentirmos essa energia que há dois anos não tínhamos, foi mágico, perfeito!
Podemos perceber que Di Ferrero tem um forte domínio da voz mista e registro de cabeça, e que também é perfeitamente afinado. Tocou grandes clássicos do Nx Zero, como "Cedo ou Tarde", "Razões e Emoções". Di citou sobre o “Setembro Amarelo” e da importância que este tema tem, citou os falecidos integrantes da inesquecível banda, Charlie Brown Jr: Chorão / Champignon e em homenagem a eles tocou a música "Tudo Que Ela Gosta de Escutar". Foi nostálgico e surreal.
Pós-show, tivemos um intervalo de 30 minutos para troca dos instrumentos de palco da próxima banda.
Às 19h entra “Tico Santa Cruz”, "frontman" da banda clássica de rock alternativo, Detonautas Roque Clube e leva a galera ainda mais ao delírio.
Tico também muito bem afinado com uma voz potente e um carisma sensacional, deixa claro sempre sua opinião política (assim como nas redes sociais), envolve a galera de um jeito cativante e inteligente, mas de uma maneira mais cautelosa.
Tocam clássicos como "Quando o Sol Se For" e "Tênis Rock". Tico também cita sobre o “Setembro Amarelo” e faz um discurso bem emocionante dando palavras de força para quem passa ou já passou por problemas com depressão. Em seguida, também tocam um cover de Charlie Brown Jr e a "compressão vocal" na imitação do eterno Chorão, ficou perfeita, se não fosse pelas leves diferenças de timbre, poderia ser interpretado pela plateia que era o próprio. Outro cover é tocado, desta vez da banda mais conhecida no estilo, "reggae rock brasileira", o Rappa com a "Alma". Finalizando com outro clássico deles, "Outro Lugar", faz a galera pirar e ter aquele gostinho de ‘quero mais’. A banda agradece com elogios ao público e seguimos para mais um intervalo.
Às 21h pontualmente, o “CPM 22” entra com "O Mundo Dá Voltas" fervendo ainda mais o público, música da qual todos sabem a letra de cor.
Infelizmente, Badauí avisa aos fãs que não está com a voz muito boa, por motivos que ele mesmo cita como, "pós-Rock in Rio" e conta com ajuda de Di Ferrero e Lucas do Fresno, que deram um grande apoio nos vocais.
"Inevitável", "Um Minuto Para o Fim do Mundo", "Apostas e Certezas" e "Desconfio" tiveram um toque diferente nas vozes dos três cantores, soou algo bom e confortável e conseguimos curtir o show de forma agradável.
Badauí agradece ambos pelo apoio, pede desculpas aos fãs e deixa claro que não gosta de cancelar shows.
Luciano (guitarrista) faz algumas brincadeiras com o Badauí, sobre a voz dele, junto de Lucas e Di, até jogam a referência da música "Pagar Pra Ver?!", com a frase, "hoje não acordei tão bem...". Para as músicas finais: "Tarde de Outubro" e "Regina Let's Go, ele conta com o apoio dos vocais de Luciano.
Infelizmente, tivemos um set list “curtinho”, mas total compreensível. Badauí mais uma vez agradece a compreensão do público e se despede.
Passamos mais 30 minutos e às 22h30, o Fresno entra para o palco revivendo a era emocore e hardcore dos anos 2000.
Foi lindo e surreal a quantidade de pessoas que pulavam ao som da banda, foi um show de batucadas do bumbo que batiam no peito, começando de cabeça com a música, "Essa Coisa", logo em seguida, "Vou Ter Que Me Virar" e "Fudeu".
Os integrantes ficam bem felizes com a energia da galera, elogiaram e agradeceram todos que continuaram até o final para vê-los e seguiram com “Natureza do Caos", "Manifesto" e "Quebre as Correntes".
É incrível a sintonia que a banda passa no palco, o vocal do Lucas perfeitamente afinado contemplando suavemente com sua guitarra e os demais instrumentos. Seguindo foram de "Cada Poça", "Eu Sei", "Já Faz Tanto Tempo" e "Eles Odeiam Gente Como Nós". Lucas agradece mais uma vez aos fãs, fala do quão divertido foi tocar no Rock in Rio e estar ali tocando para mais pessoas com tanta energia boa.
Continuam com “Cada Acidente" e as músicas mais esperadas pelos fãs "Diga, Parte 2" e "Milonga", canções da quais a galera agitou e se soltou muito mais. Agora, "Caminho Não Tem Fim", "Quando Eu Cai”, “Casa Assombrada" e agradecendo aos fãs eles se despedem com a "Revanche".
O Rock Session acabou, mas com a sensação que logo retorna. Foi um evento incrível onde uniu bandas que estouraram na época dos anos 2000 e fez todos relembrarem o quanto o rock é bom e que este estilo jamais deverá ser esquecido.