"WU-TANG CLAN"
2/4/2023 - Arena Open Air - São Paulo - SP
Abertura: "Planet Hemp" , "BK" e "Tasha & Tracie"
.

Por Lucas Amorim Passos | Foto: (divulgação)
(publicada em 5, abr, 2023 | 12h24)

Em 1993, um grupo de nove caras da periferia de Staten Island, Nova York, mudou a cara do Hip-Hop com sua música revolucionária, crua e suja. Misturando filmes de kung-fu com letras explícitas e irônicas, com samples de soul distorcidos e sujos para época. E com essa história nascia o gigante Wu-Tang Clan e seu som que influenciou não apenas o Hip-Hop, mas toda a indústria da música.

No último dia 2/4/2023, o Wu-Tang Clan se apresentou em São Paulo, no Espaço Unimed, depois do cancelamento do show em 2020 devido à pandemia de covid-19. Embora os membros originais Methodman e GZA estivessem ausentes, os outros membros RZA, Raekwon, Ghostface Killah, Masta Killa, Inspectah Deck, U-God, Cappadonna e o DJ Mathematics subiram ao palco com toda a força e fúria presentes no Hip-Hop.

Mas antes da apresentação principal, o show também contou com ilustres convidados, que eram simplesmente alguns dos principais nomes musicais do país: Planet Hemp, o rapper carioca BK e as gêmeas Tasha & Tracie. Cada show foi muito bem aplaudido e ovacionado pelo público que chegou mais cedo e se deu bem ao assistir e se divertir muito com essas apresentações.

A atuação do Wu-Tang Clan, se iniciou por volta das 20h40 e foi baseada em seu seminal álbum de estreia, “Enter the Wu-Tang (36 Chambers)”, que completa 30 anos em novembro e é considerado um dos maiores álbuns de hip-hop de todos os tempos. A trinca “Killa Bees on the Swarm”, “Bring da Ruckus” e “Da Mystery of Chessboxin" botou a casa abaixo e vi muita gente emocionada na pista.

Falando da banda que o Wu-Tang Clan se apresentou, a mesma foi formada por duas pesadas guitarras, baixo, bateria, teclados e o inevitável DJ, além dos sete MCs correndo pelo palco, o destaque da apresentação ficou por conta de quando Ghostface Killah mandou "Run" e terminou com todos cantando em uníssono. Logo após Raekwon assumiu os vocais em "Ice Cream", que Lauryn Hill usou de sampler em "I Used to Love Him", canção do clássico The Miseducation of Lauryn Hill (1998), não tem como não curtir, não é?

O show ainda teve tempo de uma homenagem em memória de Ol’ Dirty Bastard, membro original falecido em 2004 e para ele foram tocadas "Got Your Money" e "Shimmy Shimmy Ya"; uma homenagem bem bacana que a plateia aprovou com toda certeza e teve até tempo de um cover de "Smells Like Teen Spirit" do Nirvana, não muito correspondido pelo público, porém eu achei bacana demais a ousadia dos caras.

A sequência final do show incluiu uma aula de hip-hop com a agitada “Gravel Pit”, emendada com “Triunph” e “Reunited", do elogiadíssimo álbum “Wu-Tang Forever”(1997) e fecharam com "Protect Ya Neck", à capela. Antes de deixarem o palco, entoaram ainda o grito de "um, dois, três, paz!", correspondido prontamente pelos fãs.

O Wu-Tang Clan entregou uma viagem aos anos 90, a época de ouro do hip-hop, e mostrou por que é considerado um dos principais criadores da cena do subúrbio de Nova York. Com sua mistura única de filmes de kung-fu, samples de soul, letras únicas; quem foi com certeza não se arrependeu, pois assistiu vários shows bacanas além de uma instituição, quando se fala em Hip-Hop.