"MEO MARÉS VIVAS"
14, 15 e 16/7/2023 - Vila Nova de Gaia - Portugal

Por Luiz Soncini | Fotos: Luciana RIbeiro
(publicada em 17, ago, 2023 | 17h49)

“…Marés Vivas, MEO Marés Vivas! Na Madalena……”, soou por incontáveis vezes o tema do festival que já soma 15 edições e se realizou novamente no parque de campismo da praia da Madalena, em Vila Nova de Gaia. O referido hino do evento também enaltecia os ingressos esgotados para o primeiro dia, com alinhamento exclusivo de portugueses e foco principal nos DA WEASEL.

O imenso recinto traz diversidade e praticamente tudo que o público possa necessitar ou desejar. Organizado com excelência pela PEV Entertainment, o Marés Vivas trouxe quatro apresentações diárias no Palco MEO, localizado em declive e que propicia boa visualização aos festivaleiros. Outros artistas, antes da abertura e após o encerramento do palco principal, atuaram no MOCHE STAGE, onde presenciamos boas apresentações dos jovens LUA e da portuguesa IRMA, com influências angolanas e participação especial de TIAGO NACARATO.

Outra opção foi a “RODA DE SAMBA”, onde a Orquestra Bamba Social atuava duas vezes ao dia junto ao público; também o Palco SAPO COMÉDIA, onde assistimos parte da divertida apresentação de Eduardo Madeira a lembrar alcunhas do seu período escolar e que atualmente teriam problemas dentro do “politicamente correto” e finalmente uma aprazível descoberta, quando tentávamos “aliviar” um pouco das sonoridades que dominavam o palco principal, ao caminhar pelo recinto, ouvimos acordes de “Where is My Mind?” dos Pixies e ali permanecemos a apreciar as diversas versões dos Leiriense ON STAGE, banda especializada em covers de Rock e que atendiam, com cativante simpatia e qualidade, aos pedidos da audiência do Palco COCA-COLA nos três dias do evento.

Com ingressos esgotados e alinhamento 100% nacional, o primeiro dia do Marés Vivas iniciou molhado e com o lendário JORGE PALMA, a enfrentar a tormenta com muita coragem e intensidade para deleite da crescente audiência que prestigiou o intérprete, compositor e exímio pianista lisboeta. Já sem a persistente chuva, OS QUATRO E MEIA demonstraram a paixão pela música que os uniu em 2013 para uma apresentação no Teatro da Universidade de Coimbra e trouxeram uma mescla entre o Pop-Rock e o Fado, que confere novas sonoridades a música portuguesa. Fã declarado e também ansioso pelos cabeças de cartaz, SLOW J, rapper português, não dececionou os fãs e trouxe a sua espontaneidade peculiar e a sonoridade particular a engrenar perfeitamente para a apresentação final, aguardada por cerca de 40 mil pessoas. Um dos projetos mais criativos da música lusitana, fundada em 1993 pelos irmãos Carlão e João Nobre e navegando do Hip-Hop ao Rapcore, os DA WEASEL fizeram, de forma magistral e com a intensidade usual, o segundo concerto depois de 13 anos após o término da banda em 2010, tudo a demonstrar a saudade mútua entre os músicos e o público. Fica a esperança que com todo o carinho e energia recebida a “Doninha” permaneça ativa.

O segundo dia iniciou com uma das apresentações mais apreciadas por nós: CLÁUDIA PASCOAL traz eletrónica Pop com toques de folclore lusitano, letras sagazes, energia positiva e visual colorido. Representante de Portugal na Eurovision em 2018, Cláudia surpreendeu trazendo ao palco o cantor de música popular MARANTE e entoaram “A Bela Portuguesa”, um dos “hinos pimba” mais populares e queridas. Importa ainda mencionar que o tema “Eh Para a Frente, Eh Para trás” é brilhante. Ainda na temática multicolorida e vocais femininos sublimes, entraram a dupla de melhores amigas BÁRBARA TINOCO e CAROLINA DESLANDES. Com carreiras independentes e apreciadas pelo público infantojuvenil, juntaram-se em duo para duas apresentações exclusivas em 2023. Com estilos semelhantes, partilharam os sucessos, letras, brilho e carisma; uma espécie de “almas gémeas” que mereciam ser vistas por mais vezes no futuro. Lá pelas 21h30 é que o primeiro artista internacional subiu ao palco MEO, o espanhol de Málaga, PABLO ALBORÁN cria músicas inspiradoras e únicas na cena Pop Latina, esteve muito à vontade em palco e cativou o público com seu estilo romântico e sedutor. A noite seguiu e terminou ainda mais “caliente”, desta vez com um estilo inovador e pessoal que mescla o Reggaeton e Ritmos Colombianos produzidos por J. BALVIN que raptou a atenção da audiência em “visual ninja” no topo de um grandioso veículo insuflável e suas bailarinas em trajes futuristas. Premiado com Grammy Latino de melhor canção e colaborações com diversos artistas consagrados, o fenómeno de Medellin fez um concerto de grande impacto visual, músicas potentes, muita sensualidade e intimidade com o público.

Com um domingo ensolarado, de pés descalços e tronco tatuado nu, o multi-instrumentalista e ambientalista australiano XAVIER RUDD proporcionou um espetáculo ao som de instrumentos da Oceânia e sonoridades aborígenes. Único nacional do dia no palco MEO, FERNANDO DANIEL, com alcance vocal singular e um dos nomes mais relevantes da música pop portuguesa da atualidade, tocou os festivaleiros ao derramar seus emotivos e românticos êxitos. Último show da digressão atual da banda e com os hits “Superheroes” a abrir e “Hall of Fame” a fechar, os irlandeses THE SCRIPT trouxeram boa vibração, animação e energia, com o seu líder Danny O´Donoghue muito interativo, agradecido e emotivo com a audiência, nomeadamente ao homenagear o guitarrista Mark Sheehan, falecido em abril deste ano. Sem espinhas ou desilusões, o trio Will.i.am, Apl.de.ap e Taboo, há cerca de cinco anos acompanhado por J. Rey; estremeceram as dependências e arredores com sucessos desde a década de 2000 até as novas tendências e colaborações experimentadas recentemente, os BLACK EYED PEAS são monstruosos na arte de energizar e movimentar multidões e indubitavelmente contribuíram bastante para memórias inesquecíveis da edição de 2023, onde passaram cerca de 120 mil pessoas durante os três dias do festival.

Retornando ao hino dos Marés Vivas, composto pela equipe da Rádio Comercial (https://www.youtube.com/watch?v=rKlA2-xRc3c), “…Marés Vivas, MEO Marés Vivas! Na Madalena, Na Madalena!, Marés Vivas, Se tu não fores, Não sabes quanto vale a penaaaaaaa……” Portanto organize-se, a edição de 2024 crescerá e está agendada para os dias 19, 20 e 21 de julho.

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